Calla lilly by Júlia Laguardia
Geralmente, inicio o curso com uma abordagem monástica sobre o espaço, o vazio existencial, a fronteira do desconhecimento.
Para quebrar esse deserto cósmico, dois eixos surgem estáticos, horizontal e vertical; Quatro diedros aparecem como magia e no cruzamento desses eixos, o ponto geométrico. Lindo né!
Tem mais! __Duas linhas verticais simétricas nascem lado a lado, na velocidade da luz, mais duas linhas horizontais superior e inferior posicionam-se formando um retângulo flexível em sua característica dominante, daí o conceito de forma dominante.
Esses são os princípios básicos da linguagem visual e de análise crítica. É nessa estrutura espacial que os neófitos encontram sustentação para transitarem seus gestos e firmarem a presença das linhas no espaço crítico.
A teoria sempre me fascinou, pela inércia da ação, pelo ócio elementar. Eu estudava uma coisa e executava o avesso, porém na escola, a realidade era bem outra, os neófitos exigiam uma abordagem com postura dinâmica, acadêmica e humana; passei a interligar as experiências teóricas a exercícios práticos feitos em aula(exercícios do tipo, para melhorar a coordenação motora, feitos para casa, servem, na verdade para nada!). Tínhamos que despertar a consciência, levá-lo a vivenciar as estruturas espaciais e nutrir gradativamente de experiências sua percepção do espaço.
Um comentário:
Curioso!
Também dei os vazios no princípio... Observar uma imagem e só representar o espaço vazio... Novo desenho: depois, só os contornos... Novo desenho: agora, tudo!
Mas também nunca me havia preocupado com ângulos e linhas... Faço o que quero onde quero (a tal espontaneidade)...Mas às vezes dou comigo a expôr a cena baseada em linhas geométricas invisíveis... harmoniza, sem dúvida!
Inté!
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